O Banco Africano de Desenvolvimento vai ser consultor para apoiar o Desenvolvimento do Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa em Moçambique.
Gana, Acra, Maio de 2022 — O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e o Gabinete de Implementação do Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa (GMNK) assinaram, no dia 24 de Maio, em Accra, no Gana, um acordo que visa a prestação de serviços de consultoria para o desenvolvimento do projecto Hidroeléctrico de 1.500 Megawatts (MW) e infra-estruturas associadas de transmissão de energia. O projecto está orçado em 4,5 mil milhões de dólares.
O acordo foi assinado pelo Director do GMNK, Carlos Yum e pelo Vice-Preisdente do BAD para a Energia, Energia Climática e Crescimento Verde, Dr. Kevin Kariuki à margem do 57ª Assembleia Geral Anual do Banco, que se realiza em Acra, de 23 a 27 de Maio,
O acto foi testemunhado pelo Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e o Presidente do BAD, Akinwumi Adesina.
O projecto prevê o desenvolvimento uma central hidroeléctrica localizada no rio Zambeze, no distrito de Marara, da província de Tete. A central ficará a 60 km a jusante da Barragem de Cahora Bassa e a 70 km a montante da Cidade de Tete. Inclui a construção de uma linha de transmissão de energia de alta tensão com uma extensão de 1.300 quilómetros e de 550kV, entre Cataxia até à província de Maputo, Sul. Espera-se que o empreendimento atinja o fecho financeiro no final de 2024 e inicie o funcionamento em 2031.
“A parceria com o Banco Africano de Desenvolvimento reforça ainda mais a capacidade do nosso Gabinete de implementação para desenvolver o projecto Mphanda Nkuwa. O BAD assegurará que as normas ambientais, sociais e de governação e os padrões internacionais associados sejam respeitados durante o desenvolvimento, para que o projecto seja atractivo para os promotores, financiadores e investidores de renome para assegurar o fornecimento de energia competitivo e de menor custo para Moçambique e para a região”, disse Carlos Yum.
O acordo consolida o papel do Banco como a principal instituição financeira de desenvolvimento de África, e como parceiro de confiança e prestador de serviços de consultoria e assistência no desenvolvimento de projectos transformadores.
A expansão contínua da capacidade de geração de Moçambique é necessária para satisfazer a crescente procura interna e impulsionar o desenvolvimento económico e social. Além disso, a região Austral de África oferece oportunidades de mercado que Moçambique está bem posicionado para fornecimento de energia competitiva. Prevê-se que Mphanda Nkuwa tenha um dos custos de produção de electricidade mais baixos da região.
“O projecto reforça os nossos esforços de combate às alterações climáticas numa região que carece desesperadamente de energia, mas precisa igualmente de uma transformação e transição energética justa. É também um grande privilégio liderar a equipa do Banco que irá executar este mandato consultivo. Estamos honrados por sermos escolhidos por Moçambique para sermos os parceiros neste importante projecto”, disse o Dr. Kevin Kariuki.
O empreendimento baseia-se no sucesso anterior em atrair investimento privado para o país, incluindo vários produtores independentes de energia (IPPs). Estes incluem a Central Térmica de Ressano Garcia de 175 MW, a Central Térmica de Gigawatt de 120 MW, a Central Solar de Mocuba de 40 MW, a Central Solar de Metoro de 40 MW e, mais recentemente, o Projecto de Temane de 450 MW.
O projeto Mphanda Nkuwa está incluído no Plano Director Integrado de Infra-estruturas Eléctricas para o período 2018–2043 como uma prioridade nacional, bem como um investimento prioritário para o Plano de Energia Conjunta da África Austral. O projecto aumenta a competitividade do sector privado através do desenvolvimento de infra-estruturas e do comércio regional de energia. Está também alinhado com a estratégia de 10 anos do Banco, como também com com as cinco prioridades estratégicas de desenvolvimento (High 5), Ilimuninar e Electrificar África.
